sábado, 23 de outubro de 2010

Brevidade I

Meu avô me ensinou a andar pela contramão.
Só assim eu conseguiria ver o que estava por vir.

domingo, 10 de outubro de 2010

Minutos antes do “depois”

O ‘eu te amo’ sincero entrecortado por lágrimas quentes. Eu só queria que ele me abraçasse enquanto choro baixinho por tudo que podíamos ter sido e pelo que jamais seremos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Abstração de si mesma


“Eu preciso cuidar de ti”.
Não, ela não precisava.
Ela precisava esquecer-se de si mesma, nem que para isso um pseudo-altruísmo surgisse; sentar na platéia e se apaixonar por personagens, imaginar a quarta parede e olvidar que ela também poderia atuar. Contemplar à distância, sonhar, chorar, todos os sentimentos permitidos desde que não fossem seus, desde que todas as situações fossem recriadas da forma mais impessoal possível.
Impessoal, morno. Nem as nuvens se mexem no céu. O ar denso tornando tudo surreal como nas tardes quentes do passado.